Região afetada pela azia pode gerar confusão e fazer pacientes ignorarem sinais de um possível infarto. Veja como se prevenir.
Já pensou como seria perigoso confundir azia com infarto? A pirose, termo médico para a queimação, é um sintoma associado a distúrbios gástricos. Mesmo assim, apesar de ser incomum, alguns pacientes confundem os sinais de um possível infarto com o desconforto depois exagerar na comida. Com isso, eles ignoram os riscos que podem estar correndo. Então, é importante estar atento aos alertas que seu corpo oferece e saber quando é hora de procurar o médico. Veja como se prevenir:
De fato, o cirurgião do aparelho digestivo Thiago Tredicci, membro da Singulari Medical Team, conta que a posição do esôfago, onde a dor se manifesta, contribui para essa confusão. “Sua principal característica é uma dor em queimação que acontece atrás do esterno, o osso do tórax, na mesma localização do coração. Entretanto, é um sintoma com características mais duradouras e menos intensas do que uma dor que possamos diagnosticar como de origem cardíaca”, diferencia.
Na verdade, a dor no estômago também pode ser um sinal de infarto. No entanto, especialistas apontam que esse é um sintoma atípico e acontece principalmente em mulheres e pacientes diabéticos. Além disso, é difícil identificar sozinho a origem correta da dor sem a avaliação de um médico, o que abre caminho para confundir azia com infarto.
Sendo assim, alguns sinais menos comuns devem servir de alerta antecipado. É o caso de suor intenso, falta de ar e até mesmo tonturas. Mais do que isso, como o brasileiro se acostumou a considerar a queimação estomacal como algo comum, é importante ter atenção aos fatores de risco.
Por isso, histórico familiar, hipertensão, colesterol alto, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo e estresse figuram como os principais pontos para que o paciente seja mais cauteloso. Isso significa que o cuidado deve ser redobrado caso ele se enquadre em qualquer uma dessas condições.
Da mesma forma, você não deve ignorar a azia mesmo que a gravidade não seja igual à de um infarto. Como explica Thiago, ela é um sintoma característico da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), que está associada a uma série de hábitos pouco saudáveis. “A DRGE tem como fatores de risco a obesidade, o tabagismo, a alimentação farta geralmente acompanhada de muito líquido e uso indiscriminado do café, entre outros”, alerta.
De acordo com estimativas, o refluxo atinge cerca de 12% da população brasileira, mas é um quadro tratável. Portanto, é fundamental investigar a fundo sempre que a dor for frequente. “Conseguimos fazer o diagnóstico da doença do refluxo sempre que o paciente apresenta dois episódios semanais de azia ou mais no último mês ou nos últimos meses”, pontua o cirurgião.
Depois da avaliação de um especialista, o paciente inicia o tratamento de forma contínua por algumas semanas por meio de medicamentos que inibem a produção de ácidos no estômago. Ainda assim, Thiago ressalta que, apesar de trazerem alívio, os antiácidos populares nas farmácias e usados como automedicação não tratam a doença.
Por fim, ele reforça o papel da avaliação médica para determinar as causas e a solução definitiva. Afinal, em casos de infarto, o tempo é um fator fundamental para garantir a vida do paciente e a confusão de sintomas pode ter resultados graves. “A avaliação é importante, principalmente em pacientes mais idosos, para se discernir entre sintomas cardíacos e aqueles provenientes do trato gastrointestinal”, conclui.
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