Ginecologista Ana Flávia Cavalcante explica como a libido tem sido afetada por problemas cada vez mais frequentes e como tabus tornam o problema mais intenso para mulheres.
Em 2022, o Dia do Sexo (6 de setembro) parece ter mais caráter de alerta do que de celebração. Isso porque uma pesquisa sobre disfunção erétil realizada em parceria entre Omens e o Datafolha constatou que um quarto dos jovens brasileiros não teve relações sexuais nos últimos dois anos. Ainda que motivações religiosas e escolhas pessoais estejam dentre as justificativas para esses dados, uma preocupante redução da libido tem se disseminado entre a população sexualmente ativa. Para a médica ginecologista Ana Flávia Cavalcante, membro da Singulari Medical Team, é lamentável que o sexo permaneça cercado de tabus e fora do debate enquanto uma série de problemas cotidianos afetam a qualidade da vida sexual do brasileiro.
As ameaças são variadas como baixa qualidade do sono, alimentação desregrada, pouca ou nenhuma atividade física, excesso de peso etc. Contudo, o que parece se sobressair sobre os demais é o estresse. O último levantamento feito no País pela Associação Internacional de Gerenciamento do Estresse Brasil (Isma-BR) apontava que 70% da população sofria com o problema. Já mundialmente os números são ainda mais drásticos, chegando a 90%.
Mais do que isso, dados mostram ainda que essa pressão diária chegou a seu extremo para pelo menos 44% dos brasileiros, que sofreram com episódios de burnout durante a pandemia. Pior ainda, o impacto costuma ser mais intenso para as mulheres que sofrem com preconceitos seja diante da ausência de desejo sexual ou por ter uma vida sexual bastante ativa.
Os efeitos desses problemas sobre a libido são variados. O burnout desencadeia uma série de sintomas físicos e mentais como tonturas e dores de cabeça, cansaço excessivo, ansiedade, pensamentos excessivamente negativos, insegurança e outros. Tudo isso, aliado à insatisfação com a própria região íntima – problema que afeta 68% das brasileiras -, tende a afastar a mulher do ato sexual.
“É muito comum eu atender mulheres com baixa autoestima e vergonha do próprio corpo, relatando que a aparência da sua região íntima é desagradável e traz insegurança”, relata a médica. “Algumas evitam mostrar seu corpo, tirando a roupa no escuro. Outras evitam relação sexual a todo custo”, afirma Ana Flávia.
Além disso, a ginecologista ressalta que os efeitos disso podem ser notados de diversas formas, seja pela redução no desejo sexual ou pela diminuição drástica na lubrificação e até no surgimento de dores durante a penetração. De fato, Ana Flávia reforça que o mecanismo por trás do orgasmo é complexo e vai além do contato entre órgãos genitais. “É necessário que haja desejo, prazer, relaxamento. A insegurança, o estresse, o cansaço e a dor são obstáculos que impedem a mulher de desfrutar tanto do momento da relação como de sua sexualidade no geral”, avalia.
De fato, existem uma série de tratamentos clínicos que podem ajudar a recuperar a qualidade sexual e de vida da mulher, contudo, Ana Flávia reforça que a solução começa mesmo na mudança de alguns pontos na rotina. “A mulher é uma vítima do burnout e não é por acaso. Esse cansaço e o estresse vêm da jornada dupla, da sobrecarga no dia a dia. Tudo isso inevitavelmente diminui a libido da mulher”, reforça.
Diante disso, a especialista ressalta a importância de alguns hábitos simples, mas ainda muito ignorados. “Nós mulheres precisamos aprender a dividir as responsabilidades com o parceiro. Isso vai ajudar a diminuir o estresse diário. Também é importante adotar a prática de uma atividade física que você goste, ter alimentação equilibrada e a sensação de autocuidado. Tudo isso pode ajudar na libido feminina”, completa.
Caso seja necessário, a estética íntima também tem sido uma aliada para derrubar barreiras e melhorar a saúde, a autoestima e a confiança das mulheres. “Defendo a busca pela nossa realização e satisfação pessoal, sem contar os benefícios funcionais que esses procedimentos proporcionam”, finaliza a ginecologista.
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