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Doação de órgãos: 69% das famílias recusam procedimento

Especialista explica importância da doação de órgãos, mas mitos e tabus ainda fazem famílias recusarem procedimento.

A doação de órgãos sempre foi um assunto delicado, mas os anos de pandemia viram esse cenário se agravar. De acordo com dados da Central Estadual de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos de Goiás (CNCDO-GO) apontam que mesmo com 329 transplantes realizados entre janeiro e julho de 2022 houve uma queda de 10,5% no número de procedimentos em comparação com o mesmo período de 2021. Como explica o nefrologista Ricardo Mothé, especialista da Singulari Medical Team, o paciente renal crônico tem a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante como opções de tratamento.

Além disso, outros estudos ainda avaliam a relação em ocorrências moderadas e graves da COVID-19 com a potencial perda de função renal ao longo do tempo. Como explica o nefrologista Ricardo Mothé, especialista da Singulari Medical Team, o paciente renal crônico tem a diálise peritoneal, a hemodiálise e o transplante como opções de tratamento.

Nesse cenário, o médico esclarece a evolução da insuficiência renal, os diferentes casos e desfaz alguns mitos sobre o transplante de rim, cirurgia que pode recuperar a qualidade de vida do paciente renal crônico.

Número de doadores segue em queda motivado por mitos e tabus

Insuficiência renal

Segundo o nefrologista, é importante entender primeiro a diferença entre a insuficiência renal crônica e a aguda. No primeiro caso, o paciente tem o órgão comprometido de forma lenta e gradativa. Já no segundo tipo, a falência é súbita.

Ele explica que a manifestação crônica da doença é resultado de comorbidades como hipertensão e diabetes sem o tratamento devido. “São doenças bem prevalentes, muitas vezes mal-conduzidas e encaradas com pouca importância por parte dos pacientes por não terem sintomas no início. Além disso, elas dependem de uma mudança no estilo de vida configurando em hábitos de vida saudável. Então, hoje, elas são as principais causas da doença renal crônica”, reforça.

Diferentes tipos de tratamento

Embora o transplante seja visto como um tratamento ideal, o especialista explica que ele não é a única opção para o paciente renal crônico. De fato, a primeira abordagem é o tratamento conservador, em que o paciente é conduzido no consultório e ambulatório com medidas que buscam evitar a progressão da doença e até reverter algumas causas.

Nesse momento, o médico age para ajudar a equilibrar todos os fatores de risco que podem fazer com que a doença se desenvolva. Contudo, caso o quadro siga avançando, é necessário adotar outras medidas.

“Uma vez que a função renal entra numa falência mais avançada, geralmente abaixo de 20% e chegando até entre 15% e 10%, o paciente precisa ter a sua função renal substituída. Aí sim temos as três formas de continuar o tratamento. A hemodiálise, em que filtramos diretamente do vaso sanguíneo, a dialise peritoneal, em que utilizamos uma membrana dentro do abdômen como filtro e o transplante renal. As três opções são formas de tratar e substituir essa função renal previamente exercida pelos rins do paciente”, esclarece.

Mitos e verdades sobre o transplante renal

Antes de tudo, o nefrologista ressalta que todas as três formas de tratamento são bastante efetivas. No entanto, ele reconhece que o transplante tem maior potencial de dar maior qualidade de vida ao paciente. “Em princípio, quando o transplante é bem-sucedido, temos o tratamento mais efetivo em vista da recuperação da função de filtragem e a retomada das funções endócrinas deste órgão. Além disso, ele também é capaz de devolver algumas liberdades de dieta e qualidade de vida para o paciente. O transplante pode ser tão caro quanto a terapia renal substitutiva, mas, ao longo dos anos, a curva é de maior vantagem financeira do transplante em relação à diálise”, afirma.

Outro ponto importante levantado pelo médico Ricardo Mothé é que o transplante renal não é uma cura. “É uma forma mais confortável de tratar a doença”, pontua. Ele reforça que quando o procedimento é bem-sucedido ele devolve a qualidade de vida para o paciente em vários aspectos, mas ainda é importante ter em mente que o tratamento, monitorização e cuidados serão constantes.

“Temos muitos pacientes que apresentam muitas limitações no pós-transplante como: não ter uma boa interação com as medicações, ou seja, muitos efeitos colaterais. Muitos desenvolvem complicações cirúrgicas, outros sofrem infecções recorrentes. Qualquer uma dessas situações também implicam em perda da qualidade de vida”, alerta. Assim, ainda que o transplante seja uma opção muito interessante, é necessário entender que ele também tem seus custos.

A espera pela doação de órgãos

Em terceiro lugar, o nefrologista desfaz o mito sobre a lista de espera de doadores. Como ele explica, não se trata de uma fila única, numérica. Ela é avaliada por compatibilidade, desmembrada em quatro filas pelos 4 tipos de sangue e com a documentação cuidadosa feita pelos médicos que acompanham o receptor.

“Do outro lado, temos um fluxo já bem estabelecido mundialmente em que qualquer hospital que tenha um paciente que evolui com suspeita de morte encefálica abre-se um protocolo de confirmação. Uma vez definida a ocorrência, o hospital é obrigado por lei a informar à central de transplantes. Entra-se em contato com a família e, havendo o aceite do familiar, procede-se às análises que avaliam pelo código genético e seus cruzamentos com dados dos pacientes em espera. Uma vez que eles forem considerados elegíveis, vão se cruzando amostras entre receptor e doador para que se prossiga o transplante”, informa o especialista.

Por fim, Ricardo Mothe frisa que não existem dados suficientes para determinar a expectativa de vida do paciente transplantado, especialmente por depender do perfil de cada um. Ainda assim, ele lembra que a mortalidade é consideravelmente menor em relação àqueles que estão na fila aguardando um doador. Diante disso, é fundamental avaliar as opções e propor um tratamento individualizado.

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