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Doenças silenciosas: álcool e automedicação aumentam risco na pandemia

Doenças hepáticas e do aparelho digestivo em geral registram aumento na esteira do maior consumo de bebidas alcoólicas e obesidade na pandemia.

Doenças silenciosas estão avançando durante a pandemia, deixando a saúde do brasileiro cada vez mais ameaçada. Dados mostram que o excesso de peso já atinge seis em cada 10 brasileiros. Além disso, o gasto médio com bebidas aumentou em 4,3% no Brasil na comparação com 2020. Enquanto esses números seguem aumentando, especialistas alertam para o risco que doenças silenciosas trazem para o aparelho digestivo e o fígado.

Copo de chope cheio de medicamentos variados.
Abuso de bebidas alcoólicas e automedicação aumentam ameaça de doenças silenciosas durante a pandemia.

Aumento de doenças silenciosas

Como explica o cirurgião do aparelho digestivo Thiago Tredicci, membro da Singulari Medical Team, existem várias doenças que apresentam um comportamento silencioso até evoluírem para estágios mais avançados. “Dentro das doenças do aparelho digestivo podemos destacar os cânceres de modo geral e algumas doenças do fígado como as hepatites virais e mesmo a esteatose hepática”, destaca.

Dentre os cânceres, o especialista afirma que o tumor no intestino é o mais comum do aparelho digestivo. “Atualmente ele é o segundo com maior incidência no Brasil, tanto em homens como em mulheres. Nos homens ele perde para o câncer de próstata e nas mulheres apenas para o de mama”, pontua.

Já em relação ao fígado, o cirurgião hepatopancreatobiliar Edmond Le Campion explica que a incidência da cirrose hepática – problema final das hepatites agudas – é baixa na população geral. Contudo, o risco sobe de forma considerável dentre aqueles que consomem álcool em excesso.

“Um dos reflexos desse consumo é o perigo de se desenvolver uma agressão no fígado pela substância. Hoje se estima que em média 3% dos pacientes que consomem álcool em grandes quantidades podem evoluir para cirrose. É um risco muito maior do que na população geral”, alerta.

Dificuldade de diagnóstico

Os especialistas reforçam como a dificuldade de fazer um diagnóstico precoce dessas doenças faz com que sejam ainda mais ameaçadoras. O câncer de intestino, por exemplo, pode permanecer silencioso por muito tempo e a descoberta da doença só é possível por meio do rastreio com a colonoscopia, que é feita a partir dos 45 ou 50 anos de idade, dependendo de cada caso.

Até mesmo os principais sintomas não são muito evidentes e podem passar despercebidos. Dentre eles, o Thiago Tredicci lista a mudança do ritmo intestinal e a constatação de anemia nos exames de check up. Já para as hepatites, chamam atenção a icterícia – que tem como característica os olhos com as escleras amareladas -, eventual dor abdominal na parte superior, febre, fraqueza e urina escura, como explica Edmond.

Por um lado, a confirmação da doença é feita por meio de exames laboratoriais simples do fígado e de sangue. Contudo, os médicos alertam que esses sinais clínicos normalmente só aparecem depois que o paciente já está em um estágio mais avançado, chegando à cirrose hepática. Nessa etapa, podem ocorrer lesões graves no fígado e levar à falência do órgão.

Automedicação e hábitos nocivos

Os especialistas citam ainda a esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado. Embora não seja uma doença perigosa em si, ela é decorrente tanto do consumo elevado de bebida alcoólica como de hábitos pouco saudáveis associados à obesidade. Diante disso, há ainda o risco de problemas cardiovasculares como o infarto agudo do miocárdio.

De acordo com Edmond Le Campion, o consumo de álcool aumentado na pandemia pode contribuir como fator de risco. No caso das hepatites agudas, ele explica que elas se dão por uma inflamação do fígado – causada por agentes que vão de infecções virais até a bebida alcoólica -, a síndrome metabólica presente no paciente que tem obesidade e o diabetes mellitus descompensado. Isso impacta de forma direta em como o diagnóstico é feito.

Além disso, o cirurgião também chama atenção para o risco de contaminação por meio do uso de drogas e relações sexuais. Mas, mais do que isso, ele ressalta que é necessário ter cuidado com a automedicação. “Muitos remédios que não vão trazer nenhum benefício ao paciente e que podem abrir a guarda para consequências não intencionais. Existem medicamentos que podem causar agressão no fígado como, por exemplo, chás para emagrecer, remédios à base de ervas, medicações para o coração mal utilizadas, e uma série de outras substâncias”, conclui.

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