Ainda cercada de preconceito e desinformação, a fibromialgia pode levar a danos psicológicos, dependência e danos ao organismo. Entenda.
A fibromialgia pode ser assustadora. Imagine sentir dor todos os dias pelo resto da vida e sem perspectiva de cura. Esse é um diagnóstico que pode ser mais comum do que se imagina. A dor crônica generalizada caracteriza a fibromialgia, mas segue muito ignorada já que não apresenta evidência de inflamação na região afetada. Para os especialistas da Singulari Medical Team, é preciso educar a população sobre a existência da dor sem base anatômica ou lesão justificável.
Dados da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED) apontam que pelo menos 37% da população brasileira afirma sentir dor crônica – que persiste por mais de três meses. Ainda de acordo com o estudo, esse quadro atinge cerca de 24% da população na região Centro-Oeste.
Um dos dificultadores associados à doença é a falta de sinais que contribuam com o diagnóstico. A dor é comumente vista como gatilho para uma investigação profunda que vai determinar sua origem. Contudo, no caso da fibromialgia, o diagnóstico clínico é a principal forma de constatar a doença.
Mais do que isso, exames laboratoriais e de imagem servem para afastar a suspeita de que a dor generalizada esteja associada a outras doenças que poderiam causar esse efeito. Assim, a fibromialgia vem de um diagnóstico de exclusão. Quando o paciente se enquadra nos critérios clínicos, é necessário excluir todas as outras possíveis causas para confirmar a doença. Porém, nem sempre é o que acontece hoje já que muitas pessoas recebem esse diagnóstico sem ter investigado corretamente.
Nesse cenário, a automedicação, que ainda é um hábito comum no Brasil, pode ser um problema grave. De fato, a presença da dor constante e, em algumas ocasiões, até limitante, somada a um diagnóstico e tratamento mal definidos, leva o paciente a abusar de medicamentos para a dor.
Com isso, começa um exagero em medicações que não podem ser utilizadas com tanta frequência como os anti-inflamatórios, por exemplo. O uso diário desse tipo de medicamento por vários meses é extremamente grave, pois há um risco muito grande de lesão renal. Além disso, alguns também usam corticosteroides, que são medicamentos com muitos efeitos colaterais. Por serem vendidos sem receita, os pacientes acreditam que esses remédios podem ser usados todos os dias.
De fato, o tratamento medicamentoso não é a melhor forma de lidar com a fibromialgia, sendo apenas uma das opções dentro de uma abordagem multidisciplinar. Mais do que isso, um quadro de dor generalizada tem um impacto na qualidade de vida do paciente e pode até ter ramificações psicológicas. Diante disso, a conscientização acerca da doença ainda é parte fundamental do tratamento.
Assim, a prática de atividades físicas tem se mostrado a forma mais efetiva de aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente. Vários estudos mostram seus benefícios para a fibromialgia. No entanto, isso é um problema, pois geralmente o paciente faz o contrário e para de fazer exercício por causa da dor. Então, um dos grandes papéis do médico é conversar, orientar, explicar e realmente apresentar as medidas não-farmacológicas, que têm um impacto muito grande.
Para todos os efeitos, o suporte de medicamentos também contribui para a melhorar o sono, que é drasticamente prejudicado pela fibromialgia, e a disposição do paciente, que vai conseguir manter a prática de exercícios. Além disso, em momentos de crise, procedimentos intervencionistas podem ser a melhor opção para manter a qualidade de vida, mas, no quadro geral, o comprometimento do paciente com as mudanças é fundamental.
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Responsável técnico: Dra. Ana Flávia Ribeiro dos Santos Cavalcante - CRM - GO 13536
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