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Saiba como evitar a infecção urinária

Considerada a infecção bacteriana mais comum no ser humano, ela atinge mais mulheres e idosos. Ao surgir sintomas, é importante buscar um especialista para o tratamento adequado.

Recentemente, uma infecção urinária forçou o icônico Fausto Silva, apresentador do Domingão do Faustão, a deixar o programa que protagonizou durante décadas. Embora sua saída estivesse nos planos da emissora, a doença teria antecipado os planos do comunicador, que já tem idade avançada. Contudo, com a chegada de dias mais frios, seu risco aumenta. Então, veja a seguir o que você precisa saber para evitar a infecção urinária.

Mulher negra de casaco de crochê azul e calça bege deitada com as mãos na região genital em sinal de dores causadas por infecção urinária
Normalmente, as infecções urinárias afetam mais mulheres e idosos.

A infecção bacteriana mais comum

De acordo com o urologista Rodrigo Lima, membro da Singulari Medical Team, a infecção urinária é a contaminação bacteriana mais comum no ser humano. “As infecções de urina são o motivo de 1,2% e 0,6% de todas as consultas médicas realizadas em mulheres e homens respectivamente”, afirma. Contudo, o médico explica que o corpo feminino sofre mais com o problema.

De fato, trata-se de uma questão de anatomia. O formato do órgão feminino acaba fazendo com que a mulher seja mais exposta ao risco de contaminação. “Pelo menos metade das mulheres terá um episódio de infecção urinária na vida, principalmente pelo fator anatômico do comprimento da uretra feminina. Como ela é bem mais curta do que no homem, isso aumenta o risco de migração de alguma bactéria da região anal ou vaginal, com entrada para o canal urinário. Ao longo da vida, algumas mulheres podem desenvolver infecções urinárias de repetição, com pelo menos três episódios por ano”, esclarece.

E nos homens?

Embora tenha sido um problema para o apresentador Fausto Silva, esse tipo de infecção é menos comum em homens. Na verdade, o urologista destaca que o que torna a celebridade parte do grupo de risco para o problema é sua idade. “Na população masculina os casos acontecem com mais frequência na infância, devido à fimose, e após 45/50 anos, em vista do crescimento benigno da próstata”, pontua Rodrigo.

Atualmente, ainda que esse aumento de tamanho seja comum, especialmente em homens com idade mais avançada, não existem causas claras para isso. A explicação mais provável está na alteração nos índices hormonais natural ao envelhecimento do organismo. Porém, esse crescimento pode atrapalhar o esvaziamento adequado da bexiga, levando ao maior risco de infecção.

Tipos de infecção urinária e tratamentos

O médico urologista destaca que existem dois tipos de infecção urinária. A baixas, também conhecidas como cistites, afetam apenas a bexiga e é comum o paciente sentir ardência para urinar, dor no abdome inferior, sensação de não ter esvaziado toda a bexiga, urina com odor forte e aumento da frequência urinária.

Já nas altas, ou pielonefrites, o quadro clínico costuma ser mais importante, muitas vezes com febre associada, vômitos, piora do estado geral e dor na região lombar. Ainda assim, Rodrigo reforça que é fundamental consultar um médico especialista, em qualquer que seja a suspeita, para determinar o melhor tratamento a ser seguido.

“Nas cistites, existem diversas opções de tratamento ambulatorial, com dose única de antibióticos por via oral ou até três dias de uso, na maioria dos casos. Já nas pielonefrites, o tratamento é mais prolongado. Pode haver necessidade de internação, a medicação dura entre sete e 10 dias e, algumas vezes, pode ser preciso usar antibiótico venoso”, completa.

Infecção urinária é sexualmente transmitida?

Um mito que precisa ser desfeito sobre a infecção urinária não é que ela não é transmissível sexualmente. Ainda assim, o especialista aconselha cautela, especialmente para as mulheres. “Como explicado, a questão do menor comprimento do canal urinário acarreta maior risco de infecção ao longo da vida. Assim, múltiplos parceiros sexuais, uso de espermicidas vaginais, ingerir pouca água, ficar com a bexiga cheia por muito tempo sem urinar, uso de ducha higiênica intravaginal, entre outros, são fatores de risco importantes para surgimento dessas infecções”, lista.

Realmente, um desses pontos deve ser tratado com maior atenção em épocas do ano com temperaturas mais baixas. Trata-se da ingestão de líquidos. Em dias frios, é comum que a pessoa sinta menos sede e isso faz com que se beba menos água ao longo do dia. Isso pode diminuir a frequência urinária, o que também aumenta o risco da doença.

Dr. Rodrigo Lima, urologista da Singulari Medical Team, posando de jaleco branco na entrada da clínica.
Dr. Rodrigo Lima, urologista da Singulari Medical Team

Por fim, outros fatores a serem observados são histórico familiar, presença de cálculos urinários, uso de sondas ou cateteres urinários, pacientes imunossuprimidos (transplantados, diabéticos, etc.), malformações da via urinária, gestação, uso recente de antibióticos, entre outros. Cuide do seu corpo como um todo e, se surgirem sintomas, procure um especialista.

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